Asceta

Arquivo

agosto 2003 / setembro 2003 / outubro 2003 / novembro 2003 / dezembro 2003 / janeiro 2004 / fevereiro 2004 / março 2004 / junho 2004 / agosto 2004 / outubro 2004 /

Contacto

asceta_blog@hotmail.com

sexta-feira, janeiro 30, 2004
  Ai! Não me toquem! Isto do Povo!
Se é verdade que a senhora que escreve esse Blog é mesmo a que estamos a pensar.... então... perdoai-lhe, porque!....

Não resisti. É muito difícil resistir a tamanha provocação. Então não é que a senhora que agora apresenta um programa na 2: (saudades de CPCoelho!) anda a escrever as suas revoltas pessoais num blog! E desta vez sobre a necessidade de separação de públicos nas salas de cinema... perfiro não fazer comentários e remeter apenas para o dito cujo - Possibilidade do Sentir.
E parece que o sentiu mesmo!
Diz a senhora: "alguém que se desloca a um destes espaços para apreciar um bom filme acaba por ver os seus sentidos devassados por comportamentos desagradáveis de pessoas que ali estão como poderiam estar em casa a ver uma telenovela, num estádio de futebol ou participando noutra qualquer forma de diversão mais popular. "
E depois: "Fui empurrada, pisada e tratada de um modo absolutamente decadente pelos frequentadores habituais do espaço. Quando expressei verbalmente o meu descontentamento, fui insultada e achei melhor desistir do filme até porque, de qualquer forma, não me conseguiria concentrar no écran. Deixo a questão: Para quando uma separação absoluta dos públicos?"
E ainda diz que "eu própria sou uma mulher do povo".
Ai que bonito!
Por amor de Deus... não há ninguém que lhe diga alguma coisa!...
 
quarta-feira, janeiro 28, 2004
  No final


Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono, germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono, na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.

"Nascimento Último", No Calcanhar do Vento, António Ramos Rosa



 
  Invisibilidades


dizem que em sua boca se realiza a flor
outros afirmam:
a sua invisibilidade é aparente
mas nunca toquei deus nesta escama de peixe
onde podemos compreender todos os oceanos
nunca tive a visão de sua bondosa mão

o certo
é que por vezes morremos magros até ao osso
sem amparo e sem deus
apenas um rosto muito belo surge etéreo
na vasta insónia que nos isolou do mundo
e sorri
dizendo que nos amou algumas vezes
mas não é o rosto de deus
nem o teu nem aquele outro
que durante anos permaneceu ausente
e o tempo revelou não ser o meu

"A Invisibilidade de Deus", in O MEDO de AL BERTO



 
quarta-feira, janeiro 21, 2004
 

Collector



 
  NOITE QUE FAZ DANÇAR


É de noite que ele dança, fulgurante
e ébrio, como uma espada de sangue
no deserto. A cidade esvazia-se nas casas,
inventa uma árvore morta, um sonho circular
que se escoa num novelo, entre os dedos.
E quando a noite finda e os homens ressuscitam,
ele transporta uma tábua dentro do peito
como um vírus roendo o seu próprio ninho.

Jaime Rocha, "Do Extermínio"


 
terça-feira, janeiro 13, 2004
 

Navigator



 

OUTROS BLOGS
Abrupto
A Montanha Mágica
A Veces escribo cartas
Aviz
Barnabé
Bicho Escala Estantes
Blogo Social Português
blog-de-esquerda
Bloguitica
Cibertulia
Companhia de Mocambique
Cristovao de Moura
Da minha janela
Dicionário do Diabo
Do lado de ca
Flor de Obsess�o
Gloria Facil
Nao esperem nada de mim
O lado esquerdo
Os tempos que correm
Outro Eu
Razão Impura
SocioBlogue
Textos de Contracapa
Voz do Deserto



Powered by Blogger

Site Meter online Listed on BlogShares