Asceta
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Boa Notícia
Por vezes as férias também trazem boas notícias: AJJardim não será Comissário!
Este "post" pode não ser a forma mais simpática de regressar... mas não resisti. Reservo-me o direito de elaborar, em breve, uma lista de boas e más notícias destas minhas curtas férias, onde figurará, naturalmente, a anterior.
Talvez segunda-feira a publique.
Já agora para abrir o apetite: no DN de um dia desta semana (vamos perdendo a noção do tempo quando abandonamos o relógio), Sarsfield Cabral revela a sua, escondida, veia de esquerda e, num texto surpreendentemente a roçar o que
JPP denominaria de anti-americanismo primário, questiona a hegemonia política e cultural dos EUA!
Não é uma boa notícia!
Volto já
é só esperar uma semana!
Até já.
Paredes! (II)
Afinal, na parede em frente estava a resposta:
"Cadáver"!
A dor das
desesperanças que vamos sentindo pode estar a traçar o destino desta batalha desigual pelo Homem e pelos seus Direitos! Este processo de
cadaverização da humanidade, a que temos assistido impotentes, ou armados com os nossos blogs, reacende-nos a
dor da irracionalidade. Não vale a pena fazer renascer as discussões sobre a legitimidade, ou não, da intervenção dos EUA; nem o debate sobre o deposto regime iraquiano. As facções criaram-se, as opiniões continuarão divergentes, e o passado não se reconstrói. Importa, isso sim, de um modo cuidado e informado, discutir as consequências futuras da situação actual de descontrolo total na região. Importa, também, perceber qual o papel a desempenhar pelas Nações Unidas e se a organização tem, de facto, o empenho incondicional dos seus principais contribuintes! Importa perceber a dimensão da subjugação ao poder neoconservador americano. Importa afirmar que quem quer discutir a influência dos grupos neoconservadores e das forças de pressão pró-israel, não é, nem deve ser rotulado de anti-semita!
O debate deve ser colocado noutra dimensão: a da democracia e dos direitos humanos, mantendo sempre um equilíbrio racional nas nossas análises sobre as culturas, histórias e dimensões religiosas dos diferentes povos.
Não me posso deixar
cadaverizar por realidades impostas e por certezas unilaterais.
Paredes!
Numa parede, como tantas outras, quase ao virar da esquina, uma inscrição:
"TENHO A DOR".
Pode ser esta a expressão última dos nossos sentimentos perante a realidade no Iraque... ou, mais do que isso, perante alguns comentários menos conseguidos que por aí pairam!
a última esperança
A saída repentina do trabalho, sem razão aparente, pode não ser uma fuga. Pode ser apenas uma oportunidade para nos encontrarmos no inferno - está na hora de nos ligarmos aos telejornais!...
uma cerveja
Vamos beber uma cerveja... no inferno?
Obrigado
Rimbaud.
humores!
A
Clara brindou-nos com um
humor paradoxal:
"- É um paradoxo!
- O quê?!
- A liberdade e a vida.
- Talvez...
- Não podes fugir dela sem que a percas.
- Qual? A liberdade ou vida?"
tempo
Silêncio, por favor...
Preciso de algum slêncio.
Qual será a melhor forma para escrever estas notas no blog? Inclino-me sobre o teclado (faz-me mal às costas, eu sei!), digo o que me vai na alma, comento outros blogs e... sou interrompido! Assim não dá. Não posso desligar o telefone e não tenho tempo para ler o que já escrevi. Também não tenho tempo para ler o que outros escreveram. Assim não dá!
Qual será a melhor solução para ter tempo? Escrevo nas pausas inexistentes em papéis e depois copio para aqui? Perde-se o dobro do tempo. Não é fácil manter algum ritmo nestes textos, por isso as frases curtas e os parágrafos pouco prolongados.
A selecção criteriosa de blogs a ler salva-nos do excesso de informação... já não tínhamos pouca informação para ler, não era?!
Não se lhe pode resistir
FJV deixa-nos água na boca quando diz, de
Glória Fácil:
aí está um blog a que é difícil resistir!
Apesar das
dúvidas de Ana Sá Lopes, a sua
"contratação", como já lhe chamaram, vai trazer mais um novo fôlego para os blogs portugueses.
Obrigado por nos dar esta nova oportunidade.
A reter
Interessante a opinião de JPH, no
Glória Fácil.
Intempestivo
Que o meu anterior comentário, que peca pela simplicidade, me seja desculpado e contextualizado.
A incompreensão de quem vê os projectos de paz e a utopia dos direitos humanos ruir nas mãos de alguns homens, cujo poder é superior às capacidades de liderança e de visão integrada e integradora da Humanidade, empurra-nos para comentários rápidos e igualmente fáceis.
Leiam-se, por favor, outras análises mais cuidadas, como a do
Diogo.
Os piores receios
A questão foi lançada pouco depois da confirmação da morte de Sérgio Vieira de Mello... dizia
"Quem virá, agora, ganhar mais legitimidade?"
Às primeiras reacções de dor e imcompreensão, associaram-se as respostas previsíveis de quem esteve do lado do conflito. Reafirmaram-se as convicções da instabilidade no território, da ameaça do terrorismo, logo, da justificada necessidade urgente de intervenção militar. Reencontraram-se os culpados e destaparam-se as razões, já inundadas de um denso pó do deserto iraquiano! Foi a salvação dos argumentos que se iam levando pela erosão das provas que levaram à declaração de guerra ao Iraque. Se a administração dos Estados Unidos e o Governo britânico soluçavam perante a eventualidade de se estar a perder a legitimidade da intervenção, à medida que se desfilavam os desmentido sobre a existência de provas contra o regime iraquiano, este brutal assassínio terrorista foi a lufada de ar fresco que reanimou a determinação política, estratégica e militar deste
algum Ocidente!
As questões multiplicaram-se: isto terá vindo demonstrar que a II Guerra do Golfo só originou mais instabilidade na zona? ou, por outro lado, justificou que só "
chegámos muito tarde"?
A análise não pode ser simples nem feita de uma só perspectiva. Assistamos à discussão que já teve início...
Uma pergunta continua a perturbar-me: não tinha, o Dr. Durão Barroso, afirmado ter visto, na Casa Branca, as provas da existência de armas biológicas e químicas em território iraquiano? Alguém relembrava este facto num comentário político recente.
Espero que se reacendam as vozes inconformadas e informadas dos milhões que gritaram, também em Nova Iorque!,
guerra não! Certamente a melhor forma de homenagear o homem de paz que foi Sérgio Vieira de Mello.
A insustentável ironia do destino
Se o destino tem razão de ser, então a saída deste silêncio faz parte desse desígnio inultrapassável!
Morreu Sérgio Vieira de Mello.
Aquele que foi o rosto das mais recentes e significativas operações humanitárias da ONU, contando no seu curriculum com a Administração do Kosovo, de Timor Lorosae e, dramaticamente, representante do Secretário Geral das Nações Unidas no Iraque, não escapou à lógica - ou à falta dela - incompreensível dos despojos da guerra!
Morreu Sérgio Vieira de Mello.
O homem da paz em Timor, após ter aceite mais um desafio exigente, voltando a estar no centro da geopolítica internacional, acabou por perecer debaixo dos indesculpáveis escombros dos atentados!
Morreu Sérgio Vieira de Mello.
Quem virá, agora, ganhar mais legitimidade? A administração Bush e Blair, reafirmando a necessidade de uma intervenção no Médio Oriente e legitimando a invasão do Iraque? Ou virá a dar razão às vozes que se opuseram, intransigentemente, contra a II Guerra do Golfo?
Esta discussão é importante, mas já não fará renascer das cinzas o homem que era Sérgio Vieira de Mello!
Saindo do silêncio...
Quase a sair...